quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

UMA BOA MENSAGEM


As sete lágrimas de pai preto


(W.W. MATTA E SILVA)

Foi uma noite estranha aquela noite...
Estranhas vibrações penetravam
Em meu ser e me faziam ansiar
Por algo que, pouco a pouco, se definia...

Era um “quê” desconhecido
Mas senti-o como se estivesse
Em comunhão com minha alma
E externava a sensação
De um silencioso pranto...

Quem do mundo do astral,
Emocionava assim meu pobre “Eu”?
Não soube, até adormecer... e “sonhar”
Vi meu “duplo” transportar-se
Atraído por cânticos que falavam
De Aruanda, Estrela guia e Zâmbi..

/Eram vozes da Umbanda,
Dessa Umbanda de todos nós
Que chamava seus filhos de fé...

E fui visitando cabanas e tendas,
Onde multidões desfilavam, mas
Surpreso ficava ante a “visão”
Que em cada um eu “via”...

Em um canto, pitando, um triste Pai-Preto chorava...
Os seus “olhos” molhados esquisitas lágrimas desciam e, não sei por que, com tê-las;
Foram sete.

Na incontida vontade de saber,
Aproximei-me e interroguei-o;

Fala Pai-Preto, dize por que externas tão visível dor?
E Ele, suave, respondeu:

“Estás vendo esta multidão que entra e sai”?
Das lágrimas contadas,
Distribuídas estão a cada uma delas...”.

“A primeira eu a dei aos indiferentes”;
Aos que aqui vem em busca de distração,
Na curiosidade de ver, de bisbilhotar...
Não crêem, nem descrêem... “Sabem conceber...”
“A outra, dei aos duvidosos, aos que acreditam desareditando”...

Vivem na expectativa de um “milagre” que os
façam “alcançar” aquilo que seus
“Próprios merecimentos negam...”.

“E, outra mais, que distribui aos maus”.
Aqueles que somente procuram a umbanda
Em busca da vingança,
“Aos que desejam prejudicar seus semelhantes...”.

“Pensam que nós, os guias, somos”.
Veículos de suas mazelas,
De sua paixões e temos obrigação
“De fazer o que pedem...”.

“Pobres almas que na bruma ainda não saíram...”.
E assim vai lembrando bem:

“A quinta lágrima foi diretamente para”.
Os frios e calculistas.
“Não crêem e nem descrêem.”

“Sabem que existe uma força e procuram”.
“Se beneficiar dela de qualquer forma.”

“Não conhecem a palavra gratidão”.
Negarão amanhã ate que conheceram
Uma casa de Umbanda...
Chegam suaves, têm o riso e o elogio.
A flor dos lábios...
“São fáceis, muito fáceis...”.

“Se olhares bem seus semblantes”,
Veras, escrito, em letras claras:
Creio na tua Umbanda, nos teus caboclos,
E no teu Zâmbi, mas somente se.
Vencerem o “mau caso”
Ou me curarem “disso”
Ou “daquilo”...

“A sexta lagrima eu dei aos fúteis, aos”.
Que andam de tenda em tenda...
Não acreditam em nada,
Buscam apenas o aconchego e os conchavos...
“Seus olhos apresentam um interesse diferente.”
“Sei bem o que eles querem...”.

“E a sétimas, filho meu, notaste como foi”.
Grande e deslizou pesada?”“

“Foi a ultima lagrima, aquela que vive nos olhos”.
“De todos os Orixás.”

“Fiz doação dessa aos vaidosos cheios”.
De empáfia, para que lavem sua máscaras.
E todos possam vê-los com realmente são:
Cegos, guias de cegos;
Andam se exibindo com a “banda”
Tal qual mariposas em trono das luz,
“Essa mesma luz que eles não conseguem ver...”.

“Olha-os bem; vê como suas fisionomias”.
São turvas e desconfiadas...
Observa-os quando falam doutrinando.
Sua vozes são ocas, dizem tudo.
De “cor e salteado...”.

“Em sua linguagem sem calor”,
Cantam loas aos nossos guias e protetores;
Formulam conceitos e caridade,
Essa mesma caridade que não fazem...
Vivem aferrados ao conforto da matéria
E a gula do vil metal...
“Eles não têm convicção.”

“Assim, filho meu, foi, para”.
Esses todos que viste cair,
“Uma a uma, as sete lágrimas de Pai-Preto.”

E, então, com minha alma em pranto,
Tornei a perguntar:
Não tens mais nada a dizer, Pai-Preto?
E, daquela “forma velha”, vi um véu.
Caindo num clarão intenso
Que ofuscava tanto,
Ouvi mais uma vez:

“Mando a luz da minha transfiguração”.
Para aqueles que, esquecidos,
“Pensam que estão...”.

“Eles formam a maior parte”.
Dessas multidões...
São humildes, os simples.
E estão na Umbanda pela Umbanda,
Na confiança pela razão...
São os seus filhos de fé...
São, também, os “aparelhos”.
Trabalhadores e silenciosos,
Cujas ferramentas chamam-se dom e fé
E cujo salário de cada noite
É pago quase sempre com uma só moeda
Que traduz o seu valor
“Em uma só palavra: Ingratidão.”

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

WANDO, O ETERNO.

Foto Internet
Morre aos 66 anos, um dos últimos da era romântica da MPB. O cantor foi internado no dia 27 de janeiro com problemas cardíacos graves e faleceu  na manhã desta quarta-feira 8 de fevereiro, após uma parada cardíaca, pegando de surpresa amigos e colegas do meio artístico que conviveram com o cantor. Wanderley Alves dos Reis nasceu no dia 2 de outubro de 1945, em uma pequena fazenda na cidade de Bom Jardim, em Minas Gerais.                                                                                                                                
A Associação Espírita de Umbanda São Miguel presta deferência ao artista, ao homem e espírito WANDO. Sua passagem pela terra não foi em vão. Tão poucos tem a sorte que o mesmo teve. Ser conhecido, respeitado e querido por uma grande parte da população do nosso planeta terra. Desejamos que seu espírito repouse nos braços dos anjos e arcanjos e esteja cantando e encantando a platéia divinal.